A IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) anunciou oficialmente o retorno do Brasil ao quadro de Organização Nacional Aderente (NAO), agora representado pelo Conselho Federal de Química (CFQ). A decisão foi aprovada pelo Conselho Executivo da entidade em 1º de outubro e marca a reconquista do espaço brasileiro na definição de padrões, políticas, educação e cooperação global na área da Química.
O CFQ é uma autarquia federal que, junto dos 21 Conselhos Regionais de Química (CRQs), forma o Sistema CFQ/CRQs. Esse sistema representa mais de 218 mil profissionais e cerca de 50 mil empresas da área em todo o país, garantindo o exercício ético, técnico e científico da profissão.
Para a IUPAC, o retorno brasileiro reforça a relevância histórica do país em pesquisa, inovação e desenvolvimento industrial. A nova filiação deve ampliar oportunidades para cientistas, professores e profissionais, abrir portas para cooperação internacional e impulsionar o crescimento da Química brasileira na academia e na indústria.
O professor Aldo José Gorgatti Zarbin, Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e vice-presidente da SBPC, celebrou a novidade:
“É excelente ver o Brasil novamente como membro da IUPAC. O CFQ assume um papel essencial, pois o país tem uma comunidade química forte e inovadora. Essa reconexão fortalece tanto a IUPAC quanto a ciência latino-americana.”
A decisão se soma ao histórico de participação ativa do Brasil em iniciativas da IUPAC, como o Global Women’s Breakfast, que só em 2024 contou com mais de dez eventos no país. O Brasil também sediou, pela primeira vez na América do Sul, a Assembleia Geral e o Congresso Mundial da IUPAC em 2017, em São Paulo — marco que destacou o potencial e a qualidade científica nacional.
Próximos passos
A retomada da filiação acontece em um cenário de expansão da presença latino-americana dentro da IUPAC, agora também com Peru e Guatemala. O CFQ pretende fortalecer esse movimento com ações voltadas à química verde, educação, inovação sustentável e integração internacional, alinhadas às prioridades globais da organização.
O ex-presidente da IUPAC, Javier García Martínez, reforçou:
“Espero que o retorno do Brasil, junto à entrada de Peru e Guatemala, marque uma atuação latino-americana mais forte e unida.”
Em 2026, o Brasil sediará a Atlantic Basin Conference on Chemistry, no Rio de Janeiro, com o tema “Química para Impacto Global: Parcerias Estratégicas para a Inovação Sustentável”. O encontro reunirá pesquisadores, formuladores de políticas e representantes da indústria para discutir soluções químicas para desafios globais.
O presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho, afirmou que essa conquista é fruto de esforços iniciados ainda em 2024, após o 36º Congresso Latino-Americano de Química, no Panamá, quando ficou evidente a importância de recolocar o Brasil como membro da IUPAC.
Segundo ele:
“Essa retomada é um marco para os profissionais e pesquisadores brasileiros. Reposiciona a Química nacional no cenário mundial e fortalece a indústria, a pesquisa e o ensino, garantindo o protagonismo do Brasil dentro da IUPAC.”
Sobre o CFQ
O Conselho Federal de Química é responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da profissão no Brasil. Junto aos 21 CRQs, compõe o Sistema CFQ/CRQs, que reúne mais de 218 mil profissionais e cerca de 50 mil empresas. Além da atuação reguladora, o CFQ aproxima ciência, educação, indústria e políticas públicas, incentivando inovação e práticas sustentáveis na Química.
Sobre a IUPAC
Criada em 1919, a IUPAC é reconhecida como a principal autoridade global em nomenclatura, padronização, pesos atômicos e terminologias químicas. A entidade promove a integração internacional da ciência e incentiva avanços por meio de projetos, conferências e ações de educação e divulgação científica.
